7 de novembro de 2024 por Apta Digital
A produção brasileira de chassis se destacou no último semestre, demonstrando um crescimento considerável. Isso significa que o mercado de ônibus no país, como um todo, está passando por transformações em 2024.
Além do crescimento da produção, há ainda desafios que estão sendo enfrentados nas vendas internas e externas. Se você quer saber mais sobre esse cenário, não deixe de conferir este guia completo da Apta Caminhões e Ônibus!
Acompanhe e entenda como diversos fatores estão projetando um novo cenário para a produção e venda de ônibus no país. Confira!
No primeiro semestre de 2024, a produção de chassis de ônibus no Brasil apresentou um aumento significativo de 53,8%, atingindo um total de 14.668 unidades. Esse crescimento pode demonstrar um esforço da indústria automotiva que tem como objetivo atender à demanda reprimida de ônibus urbano, que representa 85% dessa produção, ao mesmo tempo em que se busca formas de se adaptar às novas realidades do mercado.
Ao todo, foram produzidos 12.462 chassis urbanos, o que nos trás um aumento bem expressivo de 57,4% em relação à produção que aconteceu no mesmo período do ano passado.
Paralelamente, há a produção de chassis rodoviários, que totalizaram 2.206 unidades, o que representa, ao todo, um crescimento de 35,8% com relação ao mesmo período de 2023.
Nesses casos em específico, o panorama tem se mostrado promissor, mas, ainda há pontos de atenção que devem ser considerados, como veremos mais adiante.
Apesar do crescimento na produção de chassis de ônibus no Brasil, o mercado enfrentou uma queda nas vendas.
Para se ter uma ideia do que vem ocorrendo, nos primeiros seis meses de 2024, foram vendidos 8.860 chassis de ônibus, uma redução de 21,7% em comparação com as mais de 11 mil unidades vendidas no mesmo período de 2023.
Em junho, as vendas caíram para 1.738 unidades, 2% abaixo das 1.774 unidades vendidas em junho do ano passado.
Entretanto, ainda há indícios de que a situação está começando a mudar e o mercado está voltando a se aquecer. Isso porque, as vendas de junho foram 35,5% maiores do que as de maio de 2024, que registraram 1.283 unidades.
Porém, o que pode estar relacionado com as quedas? Bem, a retração nas vendas vem sendo atribuída a fatores como atrasos na entrega de veículos para programas governamentais e mudanças nas condições econômicas.
Sabemos que o mercado brasileiro de ônibus é dominado por algumas grandes montadoras, muito reconhecidas.
Por exemplo, a Mercedes-Benz manteve a liderança no primeiro semestre de 2024, com a venda de 4.133 ônibus, apesar de uma queda de 26,5% em relação ao mesmo período de 2023.
A Volkswagen Caminhões e Ônibus ficou em segundo lugar, vendendo 2.115 veículos, 29,2% a menos que no ano anterior.
A Agrale, em terceiro lugar, vendeu 1.479 ônibus, uma redução de 14,8% em comparação com as 1.735 unidades de 2023.
Por outro lado, a IVECO e a Scania mostraram crescimento, aumentando suas vendas em 71,4% e 161%, respectivamente, em comparação ao ano anterior.
Entretanto, ainda há caminhos para serem percorridos ao longo do segundo semestre. Como em junho houve sinais de que há um crescimento aparente, aguardemos as novidades com relação às vendas e ao desempenho das montadoras, em especial a Volkswagen, que vem implementando ações e tecnologias cada vez mais inovadoras, visando a transformação do transporte.
Outro ponto de atenção, que vai além da produção brasileira de chassis que cresceu no primeiro semestre, é com relação ao impacto da exportação.
Isso porque, infelizmente, essa exportação também sofreu impactos negativos nos primeiros seis meses.
Foram exportadas 2.142 unidades, 4,8% abaixo das 2.249 unidades exportadas no mesmo período de 2023. Em junho, o volume de exportações caiu ainda mais, para 509 unidades, 25,5% a menos que as 683 unidades exportadas em junho de 2023.
Os chassis rodoviários exportados, por sua vez, totalizaram 1.028 unidades, um aumento de 14,6% em relação aos 897 exportados no ano passado.
Mas, por outro lado, os chassis urbanos exportados diminuíram 17,6%, passando de 1.352 unidades em 2023 para 1.114 unidades em 2024. Essa queda nas exportações pode ser um reflexo das condições econômicas globais e da concorrência internacional.
Ainda assim, considerando essas nuances que podem impactar diretamente a exportação, há de se pensar que temos dados positivos, pois os números das vendas ainda têm sido elevados, mesmo com todos os desafios que vêm sendo enfrentados pelo setor atualmente.
Diante dos resultados no primeiro semestre, de acordo com a matéria publicada no Truck & Bus Builder, a Anfavea revisou suas projeções para o setor automotivo em 2024.
A previsão de produção para o segmento de veículos pesados, como ônibus e caminhões, foi mantida em 160 mil unidades, um aumento de 32,1% em relação aos 121 mil veículos produzidos em 2023.
Destes, espera-se que 27 mil sejam ônibus. Porém, as expectativas de vendas foram ajustadas para baixo, com uma projeção de 143 mil unidades, representando um crescimento de 10,9%, em comparação com uma estimativa anterior de 146 mil unidades e um crescimento de 13,6%.
Essa revisão traz à tona os principais ajustes às condições econômicas atuais e uma expectativa um pouco menos ousada para o restante do ano, embora que, de maneira geral, ainda seja bastante positiva.